WALDEMAR ALMEIDA, PRIMEIRO OCUPANTE DA CADEIRA Nº 18 DA ACADEMIA
NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS, QUE TEM COMO PATRONO AUGUSTO SEVERO DE ALBUQUEQUE MARANHÃO ; O SEGUNDO
OCUPANTE FOI DOM NIVALDO DANTAS; O ATUAL OCUPANTE É PADRE JOÃO MEDEIROS FILHO
Waldemar de Almeida na cidade de Macau (RN) no
dia 24 de agosto de 1904. Foram seus pais: Cussy de Almeida e d. Coríntia
Henriques de Almeida Estudou no Atheneu Norte – Rio – Grandense e na Escola de
Comércio de Natal. Despertou sua vocação para a música muito cedo, embora
contra a vontade do pai, que desejava encaminhá-lo ao comércio. Aos dez anos de
idade, entretanto, já participava das audições de piano no Teatro “Carlos
Gomes”, interpretando a “Sonata Patética” e a “Sonata ao Luar”, de Beethoven.
Diante de seu interesse pela música, familiares seus convenceram o velho
Cussy a Mandar Waldemar estudar música no Rio de Janeiro. Teve ali professores
famosos como Luciano Gallat, Agnelo França(harmonia) e Lima Coutinho (teoria da
música). No 8.º ano do curso, transferiu-se para Berlim, aperfeiçoando
estudos de piano com mestres renomeados como Walter Burle Marx, Ruldof
Hauschild e harmonia com maestro Wilhelm Forck. Após quatros anos e estudos na
Alemanha, transferiu-se para a cidade de Paris, a convite do seu amigo Audifaz
de Azevedo, que se ofereceu para custear os seus estudos. Na capital francesa
estudou com o grande pianista Flado Perlemutter, durante dois anos, regressando
após o Brasil. Em férias, em Natal, com a revolução de 1930, perdeu esperanças
de regressar à França. Senhoras da sociedade natalense pediram para que lhes
desses aulas de piano, iniciando assim o sue curso particular. Logo a seguir
foi nomeado professor de música e canto orfeônico do Atheneu. Fundou, depois, o
Instituto de Música, atendendo pedido do Interventor Bertino Dutra. Foi ainda
professor de canto orfeônico do Colégio Marista de Natal. Fundou a revista
“SOM” – especializada em música, da qual editou vários números. Promovia
recitais de seu alunos anualmente, assim como concertos de famosos artistas
nacionais e internacionais. Por diversas vezes, integrou comissões de concursos de piano
no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Salvador, Recife. Não quis fixar-se no
Rio de Janeiro, atendendo apelo de Villa-Lobos, para dirigir grupos de canto
orfeônico. Em Natal, nos seus vagares, ia compondo a série de danças
para piano, na maioria baseadas em temas folclóricos. Escreveu para piano
“Paisagens de Leque”, oito peças, com seguintes títulos: “Valsa Nobre n.º 1”;
“Borboletas”; “Passeio às Rocas”; “Desfile de Quintal”; “Acalanto da Bela
Infanta”; “Realejo”; “A Baronesa”; “Camundongo Mickey”. Escreveu ainda “Dança
de Mamulengo”, “Dança de Índios”; “Divertimentos” n.º 1, 2, 3 e 4; Uma
“Tocata”, “Invocação n.º 1 e n.º 2”; “Valsa Nobre n.º 2”; “Pastoral”;
“Brincando com Teclas”; “Acalanto e Modinha”; “Noturno em Mi Bemol
Menor”; Prelúdio n.º 1”; “Prelúdio n.º 2”: “Dancinha”; “Fantasia para Dois
Pianos ”; “Hino dos Estudantes do Rio grande do Norte”; “Hino a Santana”; “Hino
a São Judas Tadeu”; “Canto Guerreiro”; “Canto da Raça” e várias outras páginas
musicais. A falta de compreensão de um dos governadores do Rio Grande
do Norte, reduzindo a pequena subvenção anual com a qual mantinha o instituto
de Música – fez com que Waldemar tomasse a decisão de abandonar Natal e
fixar-se no Recife, a partir de 1950. Aqui reiniciaria o seu curso particular
de piano, apresentando também audição de alunos com novos valores da cultura
artística pernambucana. Um nome – entre seus alunos – que logo se destacou foi
o da brilhante pianista Eliana Caldas Silveira. Ela participou do V Concurso
Internacional de Piano “Frederico Chopin”, em Varsóvia, em 1955. Waldemar
também esteve à competição internacional, como observador. Desenvolvendo suas atividades no Recife, Waldemar foi eleito o
primeiro presidente da Ordem dos Músicos de Pernambuco, instalado aqui na
instituição de proteção e assistência aos músicos profissionais. Foi
catedrático de Música e Canto Orfeônico da Escola Normal de Pernambuco. Cursou
no Recife a Faculdade de Direito da UFPe, recebendo o sue diploma de bacharel
em Direito no ano de 1955. Merecidamente, Waldemar de Almeida distinguido com vários
títulos e diplomas culturais, entre eles o de sócio correspondente da Academia
Brasileira de Belas Artes; da Escola Superior de Guerra, da Sociedade Lírica de
Pernambuco figurando sua biografia em vários dicionários musicais importantes
como ao da Argentina, do México, da Espanha, dos Estados Unidos e em compêndios
de Histórias da Música no Brasil. É autor dos livros “NORMAS PIANÍSTICAS”, “DO RECIFE DA
VARSÓRVIA”, “DO RECIFE A DALAS”; “HINO NACIONAL BRASILEIRO”; e numerosas
conferências como “CARLOS GOMES, O INTÉRPRETE DA ALMA DA RAÇA”, “CANTO ESCOLA
DO BEM”, “CRISTO E A MÚSICA”, “LISTZ E SUA MÚSICA”, “COMO APRENDER
A OUVIR MÚSICA”, A MÚSICA NAS UNIVERSIDADES”, “VILLA LOBOS”, “O MARTÍRIO DO
HINO NACIONAL”, “MÚSICA DE CÂMERA” e várias outras. Em 1949, Waldemar de Almeida foi eleito membro da Academia
Norte-Rio-Grandense de Letras, ocupando cadeira n.º 18 que tem como patrono
Augusto Severo. Na sua posse pronunciou belo e substancioso discurso, sendo
saudado efusivamente pelo ex-governador Juvenal Lamartine de Faria. Deliberando transferir sua residência para São Paulo, Waldemar chegou a
viajar para a capital paulista, mas, poucos meses depois, veio a falecer
no dia 26 de maio de 1975, com setenta e um anos de idade. O seu sepultamento
se verificou em Nata